quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

DE ONDE VÊM AS GUERRAS?

Temos assistido estarrecidos o terrorismo assassino de radicais defensores do Estado Islâmico (EI), mostraram ao mundo a ascensão meteórica - controla cerca de 25% da Síria (45.000 km2) e 40% do Iraque (170 mil km2), um total de 215.000 km, o que equivale ao Reino Unido (237.000 km2) - e é descrito como um "câncer" pelo presidente Barack Obama. 

Mas o que é o EI, que disseminou mais essa guerra estúpida de viés religioso, mas com objetivos políticos? O grupo nasceu no Iraque, em 2006, por iniciativa da Al-Qaeda. 

Apresentava-se como o defensor da minoria sunita frente aos xiitas que assumiram o poder com a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003. Tornou-se conhecido pelos massacres de xiitas e ataques suicidas contra as forças americanas. Sua brutalidade e interpretação intransigente do Islã fizeram com que as tribos sunitas o expulsasse de seu território. Caçados no Iraque, seus membros, a partir de julho de 2011, três meses após o início da revolta contra Bashar al-Assad, são chamados para lutar na Síria contra o regime.

Na Síria, rapidamente transparecem as divergências entre os jihadistas iraquianos e sírios. Os primeiros propõem a criação, em abril de 2013, do Estado Islâmico no Iraque e no Levante, mas o líder sírio rejeita a nova formação e mantém a Frente al-Nosra, que se tornou o ramo oficial da Al-Qaeda na Síria. No início de 2014, uma guerra explode entre a Frente al-Nosra e os rebeldes sírios contra o EI. Este conflito já fez 6.000 mortos. Com suas vitórias no Iraque e na Síria, o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi proclama em junho 2014 um "califado" abrangendo áreas dos dois países. 

Seus combatentes os jihadistas ocidentais são fascinados por sua demonstração de força ao "estilo hollywoodiana". As decapitações, execuções sumárias - que têm chocado o mundo -  e a conquista de territórios são elementos de uma epopeia. Além disso, de acordo com especialistas, o EI afirma que se reconectou com o Islã da época de Maomé.

Mas, afinal, qual a origem das guerras?


Eu defino como o ápice da imbecilidade as guerras humanas. Ainda que a cultura popular reza que o trabalho mais antigo do mundo é o da prostituição, eu pessoalmente diria que é o de soldado ou guerreiro dependendo da época. Se tem algo que caracterizou a todas as sociedades e em qualquer momento da História foram sim as guerras. Independentemente dos motivos que as provocaram e dos néscios que as declararam, a origem de todas elas pode ser resumida nestas sábias palavras de Voltaire (era o pseudônimo [apelido] de François-Marie Arouet, um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês):

"Um genealogista prova para um príncipe que descende em linhagem direta de um conde cujos pais celebraram um pacto de família há três ou quatrocentos anos com uma nobre casa da qual nem sequer existe a lembrança. 
Esta casa tinha vagas pretensões sobre uma província cujo último possuidor morreu de apoplexia. Esta província protesta inutilmente contra os supostos direitos do príncipe; diz que não deseja que a governem e expõe que para ditar leis a vassalos, estes têm que consenti-lo; mas o príncipe não liga para estes protestos porque crê que é seu direito incontestável. Reúne uma multidão de homens, veste-os de com um grosso tecido azul, manda-os marchar à direita e esquerda e dirige-se com eles à glória. 
Outros príncipes ouvem falar desse grande número de homens postos em armas e tomam também parte na empreitada, cada um segundo seu poder, e enchem uma extensão do território de assassinos mercenários. Multidões se encarniçam umas contra outras, não só sem ter interesse algum na guerra senão sem saber por que está acontecendo. 
A maravilha desta empreitada infernal é que cada chefe dos assassinos pede que abençoem suas bandeiras e invoca a Deus solenemente antes de ir exterminar seu próximo. Quando um chefe tem a sorte de poder degolar dois ou três mil homens, não dá as graças a Deus; mas quando consegue exterminar dez mil e destruir alguma cidade, então manda cantar o Te Deum (canto gregoriano)."

Os mesopotâmicos, senhores da guerra


Não dá para falar sobre guerras sem citar os mesopotâmicos. A Bíblia situa o jardim do Éden no Oriente. Embora não conheçamos a sua localização exacta, admitimos geralmente que se possa ter situado na Mesopotâmia. A rivalidade pelas terras mais férteis e a cobiça dos povos vizinhos foi o principal motivos de guerras entre os povos mesopotâmicos. 

Ao contrário de outra civilização que se desenvolvia ao mesmo tempo, o Egito, as condições geográficas da Mesopotâmia não ofereciam proteção natural, o que ocasionou várias ondas de ataques, principalmente de povos vindos do leste.

Os mesopotâmicos tiveram que se armar. As lutas eram constantes, tanto entre as cidades, quanto contra os saqueadores e conquistadores externos. Os líderes políticos transformaram-se em líderes militares e, pela primeira vez na história, um exército regular passou a ser mantido pelo Estado. 

Segundo pesquisas de especialistas em história militar, não foi o desenvolvimento técnico que fez os exércitos mesopotâmicos serem temidos, mas seu poder de organização, o que prova, mais uma vez, a capacidade de mobilização e de planejamento de suas cidades. 

Os registros mostram que, por volta de 2.500 a.C., as batalhas eram comuns na região. Elmos e armaduras (ainda muito primitivas) foram encontrados em vários sítios arqueológicos. No que diz respeito à arte da guerra, a Mesopotâmia tinha uma vantagem geológica, pois possuía uma reserva de estanho considerável. O estanho misturado ao cobre produz o bronze, metal muito mais duro do que o cobre, utilizado por muitos de seus inimigos.

A boa guerra


A Bíblia fala muito sobre guerras e uma linguagem bélica. No Antigo Testamento, contextualmente - Deus era chamado de o Senhor dos Exércitos de Israel -, de forma literal, no Novo Testamento, contextualmente, como figura de linguagem. Entretanto, isso não significa que nós, crentes em Jesus, sejamos favoráveis às guerras humanas. Nós crentes em Cristo Jesus somos soldados do Senhor sobre esta terra e como soldados estamos continuamente em guerra. 

Nós devemos guerrear aquela que é chamada pela Escritura "a boa guerra" (1Tm. 1:18), e a devemos guerrear contra os nossos inimigos. Sim, porque nós temos inimigos que são em grande número e impiedosos; mas não me refiro aos nossos inimigos de carne e osso (que devemos amar conforme está escrito: "Amai os vossos inimigos" [Lucas 6:27]) porque o nosso combate não é contra eles. Os inimigos que nós filhos de Deus devemos enfrentar nesta guerra são seres espirituais maus cuja existência é real como são reais também as suas diabólicas maquinações contra nós crentes. 

Mas Deus, sabendo que nós deveriamos enfrentar esta guerra nos forneceu uma armadura; as armas são suas, mas elas não são carnais justamente porque o nosso combate não é contra a carne e o sangue, mas de qualquer modo são "poderosas em Deus para destruição das fortalezas" (2 Cor. 10:4) do inimigo.

Paulo escreveu : "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, que estão nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Ef. 6:11-13).

Fonte: Barsa - Planeta Saber

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