terça-feira, 30 de dezembro de 2014

QUERO DOAR MEUS ÓRGÃOS!



Cá venho eu para mais um assunto espinhoso e sobre o qual a igreja - talvez por desinteresse, talvez por desconhecimento, talvez por mera omissão - não se manifesta e nem se posiciona como deveria.

Vamos por parte. Inicialmente entendamos o significado do termo Teologia. De origem grega, etimologicamente significa: "tratado", "ciência de Deus", "estudo de Deus". O termo começou a ser utilizado pelos cristãos a partir de Euzébio de Cesárea. "Fazer teologia", não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo "descobrir" a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como base, meio e princípio regulador não é "teologia, devidamente entendida. Teologia é o conjunto de verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito de Deus e de Sua obra.

Teologia como ciência - Para mostrar o caráter científico de ciência, antes temos que definir o conceito de ciência. Se entendermos por ciência somente aquela disciplina caracterizada por uma aproximação à verdade (com um método e um poder sobre o real) ligado a uma gestão cuja exatidão é dirigida e verificada por uma experimentação, certamente a Teologia não é uma ciência, posto que o científico seria somente o rigorosamente verificável. Porém, se entendemos como ciência aquela disciplina que pode provar um objeto, um método próprio e possa desembocar em condições que se possam comunicar aos outros; nesse sentido poderíamos falar de ciência canônica, ciência bíblica e ciência teológica (em razão do rigor).

Sob este aspecto, Teologia é uma ciência porque existem verdades - conclusões que partem racionalmente de verdades - princípios, de modo que resulte que ambas (conclusões e princípios) sejam igualmente reveladas. Quer dizer, é ciência porque se habilita a obter conclusões de princípios revelados de tal forma que as conclusões também se considerem reveladas. Com esta definição então podemos entender que a teologia deve ocupar-se de tudo que envolve a vida, posto que ela (a Bíblia) É a Palavra de Deus e Deus o autor da Vida, logo todo assunto ligado a ética cristã (vida cristã) deve ser "teologizado". No caso aqui a doação de órgãos.

O que é transplante? 


Antes de entrar no assunto da doação de órgãos, entendamos também em que consiste um transplante. É um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas...) de uma pessoa doente (RECEPTOR) por outro órgão ou tecido normal de um DOADOR, vivo ou morto. O transplante é um tratamento que pode salvar e/ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.

A Transposição de órgãos, tecidos ou células de um ser (doador) para outro (receptor). Podem ser transplantados pele, osso, cartilagem, veias, córneas, pulmão, coração, fígado, pâncreas, rim, intestino, medula óssea, células do fígado e células do pâncreas produtoras de insulina. O transplante é indicado nos casos de falência desses órgãos, tecidos e células, quando não há a possibilidade de recuperação de suas funções com outros recursos. 

Quem pode e quem não pode ser doador


A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e tipo sanguíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão.

Agora sim, vamos à questão da doação


As discussões religiosas sobre doação de órgãos humanos para transplante, depende bastante de cada grupo religioso. Daí, poderíamos discutir, sobre o que pensam os cristãos católicos, os cristãos evangélicos, os espíritas, os budistas e outros. Por isso, estamos enfocando o assunto do ponto de vista da Bíblia. E a grande questão é: Que diz a Bíblia sobre doação de órgãos humanos para transplante? De modo geral, podemos dizer que não há nenhum texto bíblico que proíba ou que permita doação de órgãos humanos, uma vez que a prática era totalmente desconhecida nos tempos bíblicos. 

Doação/transplante de órgãos pode ser realizada através de um doador vivo, ou falecido. Constitui-se uma forma última (no sentido de não existir alternativa melhor) para tratamento de diversas doenças, que têm como ponto comum a possibilidade de levar a pessoa doente à morte em um intervalo de tempo menor do que poderia ser. O tratamento da pessoa doente tem pelo menos um de dois objetivos: aliviar um sofrimento (seja agudo ou crônico) e adiar a morte quando possível.

Habitualmente a função do transplante (e a transfusão de sangue é um transplante de órgãos) é postergar uma morte que pode ser adiada. Sua realização ética pressupõe uma série de aspectos a serem observados. E dentre inúmeros, há a imperiosa necessidade, por respeito ao doador, que a pessoa receptora tem de estar em estado de saúde tal que sua vida seja eficazmente prolongada - moribundos não são candidatos a receptores!

Ao tratar uma pneumonia em um idoso com antibiótico evita-se um óbito na grande maioria das vezes. Seria ético não tratar? Pode ser pensado que a morte nada é, que o cristão não a teme (e talvez a deseje, como Paulo chegou a escrever) - neste caso, o cristão não deveria procurar tratar a sua saúde, nem minorar o seu sofrimento, pois tudo está sob a soberana supervisão de Deus. É possível subscrever este raciocínio?

Onde está a indignidade da morte quando os recursos tecnológicos disponíveis são utilizados de forma ética e responsável? Conheço situações de absoluta conduta ética até aquelas de imperdoável obstinação terapêutica. Desconheço estudo que mostre qual é o que predomina, mas acredito ser muito maior a preocupação pelo correto proceder que pela insistência desumana.

É lícito e necessário discutir-se o que significa "morte cerebral" - termo ou situação sobre a qual as Escrituras dizem absolutamente nada. Sim, somos humanos, e lá no fundo, se estamos na fila de transplante de coração ou córnea (que exigem doador morto) há alegria na morte de alguém quando serei beneficiado. Vamos seriamente nos atrever a julgar a complexidade de sentimentos nesta circunstância? Vamos seriamente condenar tal pessoa por vivenciar estes sentimentos de uma forma frequentemente carregada de culpa?

O transplante eticamente realizado é a celebração da vida sobre a morte, é a morte de um prolongando a vida de outro. Ou, se preferir, tirando a frase do seu contexto, "ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos". O texto [de João 13:15] de maneira alguma é uma base bíblica para o tema, mas é plausível com a atitude do doador.

A não doação de órgãos viáveis, para pessoas corretamente identificadas como receptoras, obedecendo aos critérios públicos de prioridade (ou "fila", se preferir), é que se constitui uma negação dos princípios básicos do Evangelho: doar vida para que o próximo viva, para que o fraco seja fortalecido. Sem esquecer que sempre que um recurso bolado por nós beneficia alguém, principalmente de forma ética, o Nome do Senhor é engrandecido, Sua graça comum distribuída, Seu amor insondável e misterioso proclamado.


  • Não é possível suportar o assassinato como forma de angariar órgãos; não é possível suportar pastores que não proclamam o perdão dos pecados pela cruz de Cristo, mas a via do enriquecimento fácil pelo suborno (?!) de Deus Pai.
  • Não é possível suportar quadrilhas que vituperam o correto exercício da medicina traficando órgãos; não é possível suportar políticos que são tão evangélicos quanto lobos, e que usam de um discurso fácil e raso para se manterem confortavelmente aboletados nos seus mandatos.
  • Não é possível enxergar no profissional médico um assassino serial frio e calculista (ainda que exista); não é possível enxergar no pastor e no missionário um falsário e um farsante (ainda que exista).


Conclusão


Por último, no meu país a baderna, a criminalidade generalizada e a corrupção deslavada e impune não são a tônica! Ou se o são, também assim é na Argentina, nos Estados Unidos, na Itália, na Grã-Bretanha, na Austrália, para citar apenas alguns. E, o fato de haver desvios de conduta, não pode ser usado como justificativa para a não observância do bem advindo de atitude tão nobre. Não querer ser um doador - seja lá por qual motivo for - é um direito que assiste a todos. Querer sê-lo, idem. Eu quero ser um doador. Quando eu partir dessa para uma incomparavelmente melhor, podem retirar tudo o que ainda puder ser útil à outrem.


[Fonte: Almanaque Abril 2002]

Um comentário:

  1. Eu sou o Dr. George Ben pelo nome um dos doutores do Hospital do Condado de Dallas, eu recebi a oportunidade pela administração do hospital de anunciar na internet como trabalhamos e que começamos de novo no ano para a compra de órgãos humanos, por exemplo, rim, Se você estiver interessado nesta oferta, não hesite em contactar o hospital no seguinte endereço: O hospital do condado de Dallas é especialista em cirurgia de órgãos e, como doador, não há risco nele.
    E este é o nosso e-mail:
    info.dallascountyhospital@gmail.com

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