Muitas situações nos impedem de ouvir a voz de Deus. Ele nos chama, assim como chamou a Samuel (1 Sm 3), porque quer nos tratar, ter um particular conosco, é o Deus da coletividade nos chamando à individualidade. Quando nos chama, Seu propósito é pessoal. É o Deus oleiro na atividade de moldar o vaso. É a metamorfose do ser: da terra à forma de vaso, preferencialmente, de honra. Ao nos chamar, o grande Deus está expressando seu eterno desejo de ter comunhão conosco. É o projeto do Édem, forma original da criação. Estar na presença dEle é condição fundamental para que conheçamos o Seu coração, distingamos sua voz e passemos a agir em concordância com sua boa, perfeita e agradável vontade. E nisso não há o acréscimo de dores.
Certas vezes, porém, somos por demais "tagarelas". É absolutamente impossível ouvir a voz de Deus se não damos a Ele tempo para falar conosco. A Palavra nos diz que pedimos mas não recebemos porque pedimos mal (Tg 4:3). E, pedir, é o verbo mais conjugado em nossos monólogos com Deus. É lícito pedir, existe o tempo de pedir, obviamente, mas é necessário ter a direção de Deus para saber como e em que tempo pedir. Se pedirmos no tempo em que devemos simplesmente esperar, é certo de que não receberemos. Se pedirmos no tempo em que devemos dar, certamente não seremos atendidos. Há tempo para todo o propósito debaixo do céu... (Ec 3). Nosso desejo somente será satisfeito à medida do propósito e da vontade de Deus (de novo ela, sempre ela), que é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2).
Em outras ocasiões, nossa racionalidade falha e imperfeita nos impede de perceber que o Senhor fala conosco através das circunstâncias. A Palavra nos diz que se queremos algo de Deus, devemos entrar em nosso quarto, fechar a porta e pedir em secreto, porque o Pai que nos vê em secreto nos recompensará (neste contexto, entendamos que, não é a visão de Deus que é secreta e sim Sua resposta será secreta em sintonia com nossa petição que foi secreta): é o princípio da intimidade. Isso inclui ouvir a voz de Deus, receber Sua direção e conhecer o Seu coração. Reflitamos na história a seguir.
A metáfora da realidade
Fulano gostava muito de sair. Para ele, era muito difícil permanecer em casa. Mas num determinado dia, algo " o incomodava" a permanecer em seu quarto. Embora reconhecesse que era o Espírito Santo quem o chamava para comunhão com Deus, em seu quarto, ele preferiu acreditar que que aquele pensamento era apenas uma "coisa da sua cabeça", uma "cisma". Estava decidido a dar uma volta a pé, mas começou a chover. Então, pensou: "Bem, posso sair de carro." Entretanto, o carro estava sem combustível. Pensou novamente: "Bem, é só no posto de gasolina e abastecer." Conferiu, pela internet, o seu saldo bancário e constatou que estava quase zerado. Não poderia gastar aquela quantia, pelo menos não naquele momento. Pensou ainda: "Bem, já que estou na internet, posso dar uma passadinha no Face. Sem saber por quê, seu computador "travou". Deus insistia em convidá-lo para incomparáveis momentos em Sua presença, mas o fulano insistia em desviar sua atenção para diversas outras coisas, menos para atender ao agradável convite do Senhor. Quem mais, além de mim, já viveu algo parecido?
Muitas situações semelhantes podem acontecer conosco, embora fosse melhor que não acontecessem. O Senhor espera nossa pronta obediência ao Seu chamado, à Sua voz. Ele anseia por nós, anseia por estar conosco, anseia por falar conosco. O que tem faltado é apenas reciprocidade. Mas enquanto houver vida em nós, ainda há chance de mudar essa situação. Reflitamos nisso.
"Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor. (...) As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem (...)."
(Jo 10:14 - 16, 27; grifos meus)
Vídeo: "Ouço Deus Me Chamar" - Pastora Ludmila Ferber
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