Vivi toda minha adolescência e juventude durante o flagelo da epidemia de Aids no Brasil. Nos saudosos anos 80, quando a doença foi diagnosticada por aqui, os da minha geração tinham verdadeiro pavor de contrair a então chamada "peste gay", por causa do número crescente de contaminados na população homossexual. Nessa época, junto com o aumento absurdo nos casos, crescia também o preconceito contra os então chamados "grupos de risco": homossexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos.
Umas duas décadas depois as coisas mudaram. Hoje sabemos que não há mais grupos e sim comportamentos de risco. O estigma contra os homossexuais praticamente acabou, mas, o preconceito contra os soropositivos continua forte. Outro problema que continua desde a década de 1980 é a desinformação e hoje, só não se informa quem não quer, pois além de haver várias pesquisas sobre a doença, o que ajudou bastante os infectados a terem uma qualidade de vida (veja detalhes abaixo), há também vários meios para que a população se informe. O conceito da liberdade sexual defendido pelos jovens atualmente, tem contribuído para o crescimento no número de infectados entre a faixa etária dos 15 aos 21 anos (veja detalhes abaixo). Os jovens não se previnem porque não acreditam mais nos perigos da Aids.
Hoje (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, uma doença que infelizmente ainda precisa ser lembrada. A data é celebrada no dia 1º de dezembro por uma decisão da Assembleia da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). O doutor Dráuzio Varella, em reportagem especial ao programa Fantástico ontem (30), explica porque a Aids voltou a assustar e preocupar: “Houve um aumento absurdo dos casos de Aids entre os jovens nos últimos anos. Neste sentido, o Brasil vai na contramão do que acontece em outras partes do mundo”, afirma.
O aumento é de mais de 50% em seis anos (precisamente 53%). “O principal motivo é o comportamento sexual dos jovens. Acham que hoje ninguém mais morre de Aids, que se pegar o vírus é só tomar remédio e está tudo bem. Está tudo bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar remédio a vida inteira. A Aids é uma doença grave, que causa sofrimento e não tem cura”, alerta.
A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre uma das doenças que mais mata no mundo: a AIDS. Não apenas informar as pessoas sobre os sintomas, perigos e formas de se prevenir da doença, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS também tem a função de auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV - vírus humano de imunodeficiência - sofrem na sociedade por causa da doença.
Hoje é possível saber em menos de 20 minutos se você está ou não infectado com o HIV. Um teste rápido, que pode ser feito de graça na rede pública de saúde, disponível para qualquer um. Não precisa marcar hora: é chegar e fazer.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de pessoas infectadas pelo HIV no país é de aproximadamente 530 mil. Deste total, 25,4% não sabem que estão infectadas, e cerca de 30% pacientes ainda chegam ao serviço de saúde tardiamente. Evitar a doença é simples, basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas.
A sigla AIDS vem do inglês Acquired immunodefiecience syndrome, que em português significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus da AIDS (HIV) destrói as células brancas do organismo, responsáveis em proteger e combater doenças no corpo humano. Com a destruição das defesas do organismo, o corpo fica bastante fragilizado e propício a ser atacado por inúmeras doenças, como pneumonias, infecções, herpes e até mesmo alguns tipos de câncer.
A AIDS pode ser transmitida através do contato de fluídos corporais do infectado com o sangue de uma pessoa saudável, por meio de relações sexuais sem preservativo (camisinha), transfusões de sangue ou compartilhamento de seringas e agulhas.Atenção: beijos de língua, abraços ou contatos com a pele da pessoa portadora de HIV não transmite a doença!
A doença não tem cura, mas pode ser tratada com coquetéis antiaids - os chamados retrovirais -, quando diagnosticada a tempo, melhorando a qualidade de vida do infectado. O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, começou a promover campanhas de apoio ao Dia Internacional de Luta contra a AIDS desde 1988.
Fonte: G1 e Ministério da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário